quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os Desafios da escola decorrentes da Revolução Tecnológica






O processo de aprendizagem gira em torno das condições da escola pública, da postura do professor diante dos desafios da escola decorrente da Revolução Tecnológica e das mudanças na sociedade ocidental.
Segundo Alonso:
“A base estrutural da escola atual é o modelo burocrático de concepção funcionalista, faiolista, com ênfase na produção, entendida como acumulação de “conhecimentos” (entenda-se informações/ reproduções) [...]. Administrativo e pedagógico estão separados, independentes, constituindo níveis de ação e de autoridades diferentes.” (2003, p.25).
Alonso (2003, p.26) afirma que a escola atual ainda mantém características de um modelo tradicional de educação que corresponde às necessidades e expectativas da sociedade em outras épocas da história, nas quais aprender era adquirir conhecimentos de fora, sendo que a função da escola se limita em ser apenas o modelo reprodutor de sociedade existente.
Desde o começo do século, a sociedade ocidental passa por mudanças significativas que influenciam na maneira de pensarmos e atuarmos. Logo, altera procedimentos tradicionais do Fordismo, capazes de transformar a partir do desenvolvimento tecnológico, a fim de provocar alterações no modo de viver, na interação social, enfim, em todos os aspectos da vida humana. (ALONSO, 2003, p.27).
Litwin, destaca que “A tecnologia posta à disposição dos estudantes tem por objetivo desenvolver as possibilidades individuais, tanto cognitivas como estéticas, através das múltiplas utilizações que o docente pode realizar nos espaços de interação grupal” (1997, p.10).
Com a tecnologia à disposição dos estudantes, há maior exigência em relação à prática pedagógica.
Litwin, afirma que:
“O tratamento e a transmissão da informação foi evoluindo ao longo da história da humanidade. Desde o tratamento manual, com o uso de marcas gravadas em madeira, tabulinhas e a escrita alfabética, o tratamento mecânico, com o surgimento da imprensa no ano de 1439, no Ocidente, até o tratamento automático na atualidade com o surgimento dos computadores (1997, p.79).
Inicia-se um discurso no qual se considera imprescindível a inovação tecnológica ou a modernização da escola.  Esta perspectiva considera que a incorporação das novas tecnologias à educação é por si mesma determinante da melhoria do ensino.” (1997, p.80).
A incorporação das novas tecnologias da informação e da comunicação no campo educacional tem consequências tanto para a prática docente como para os processos de aprendizagem. (LITWIN, 1997, p.78).
Litwin afirma ainda que:
“As novas tecnologias e o aumento exponencial do conhecimento levaram a uma nova organização de trabalho, onde se faz necessário:
- a imprescindível especialização dos saberes, dando lugar à figura do especialista;
- a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar;
- o fácil acesso à informação (arquivos, banco de dados, etc.);
- considerar o conhecimento como um valor precioso, quantificável em termos de obtenção, de custo, de utilidade, de produtividade e de transação na vida econômica, etc.” (1997, p.83).

De acordo com Litwin (1997, p.83), neste contexto os projetos educativos gravitam em torno de uma dupla problemática:
a) responder às demandas do sistema produtivo em função dos avanços científicos e tecnológicos atuais;
b) elaborar um currículo (no sentido amplo do termo) que garanta uma formação básica de qualidade para todos os cidadãos.

Podemos analisar que há maior exigência de qualidade dos professores e da qualidade de ensino, na qual ocorre a aprendizagem recíproca e, contudo, preparo para enfrentar com responsabilidade e competência uma nova realidade vivida por todos nós.
Certamente numa sociedade na qual a mudança é constante, é necessário que atuem profissionais pró-ativos, que se dediquem, buscam objetivos, que sejam persistentes e capazes de se reciclar sempre, que possam corresponder de acordo com a necessidade de uma sociedade que exige muito do profissional, não apenas pelo fato de se exigir muitos conhecimentos técnicos e teóricos, mas principalmente por exigir que esta teórica se adapte com a realidade vivida no cotidiano do trabalho, esta que deve estar acompanhada da práxis.
A escola deve ser um espaço de aprendizagem favorável à formação do cidadão, cultivando os valores, o desenvolvimento das capacidades intelectuais e de sentimentos e atitudes que contribuam para formação do tipo de homem e de sociedade que se pretende construir, não se limitando a simples transmissão e perpetuação dos elementos selecionados (ALONSO; QUELUZ, 1999, p.89).
Alonso (2003, p.29) afirma que “A forma como a escola está organizada, o modelo estrutural em que está assentada, as pressões dos órgãos superiores para o cumprimento de rotinas burocráticas, tudo isso corrobora a permanência das concepções tradicionais dominantes, em detrimento de outras mais coerentes com modernas propostas de trabalho em equipe e com o desenvolvimento de uma proposta coletiva para a escola”.
As escolas estão organizadas de uma maneira que possibilita a permanência das concepções tradicionais, portanto, nós, profissionais da educação, precisamos nos conscientizar para que as instituições escolares e a todos que a elas pertencem assumam uma nova posição frente ao processo educativo e, assim, precisamos também inovar e adaptar as nossas escolas de acordo com a realidade da nossa sociedade moderna. Portanto, é indispensável uma transformação que busque uma nova ótica, mais criativa, menos acomodada, mais participativa, mais ética, mais democrática, tecnologicamente mais exigente, com professores e gestores capazes de promover e conduzir adequadamente as mudanças necessárias. (ALONSO, 2003, p. 30).



Michele Aparecida Andrade dos Santos Mediadora de Informática Educacional de Guaratinguetá, Pedagoga formada pela Universidade Salesiana de Lorena.

Acesso através do domínio

http://www.planetaeducacao.com.br/ em 29/10/09 às 20:20

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