A lógica dos cursos de formação de educadores durante o século XX fundamentava-se na concepção epistemológica da racionalidade técnica. Nesta concepção que coloca teoria de um lado e a prática de outro, configura-se uma relação de subordinação das disciplinas pedagógicas – consideradas as disciplinas práticas, em detrimento das teóricas – consideradas as disciplinas científicas. Muitos autores discutiram essa forma dicotômica de configurar-se o currículo do curso de licenciatura, porém foi Pérez Gomes (1992, p.98) que melhor descreveu esta concepção:
“Os currículos são normativos, com a seqüência de conhecimentos dos princípios científicos relevantes, seguidos da aplicação destes princípios e de um practicum, cujo objetivo é aplicar na prática cotidiana os princípios da ciência estudada. Dentro da racionalidade técnica o desenvolvimento de competências profissionais deve colocar-se, portanto após o conhecimento científico básico e aplicado, pois não é possível aprender competências e capacidades de aplicação antes do conhecimento aplicável”.
A duração do estágio é de 400 horas aula (Parecer 02 de 19 de fevereiro de 2001), que poderão ser distribuídas nas seguintes modalidades.
1- Regência de classe: pressupõe a iniciação profissional como um saber que busca orientar-se por teorias de ensino-aprendizagem para responder às demandas colocadas pela prática pedagógica à qual se dirige;
2- Projetos de extensão: pressupõe a realização de atividades na forma de seminários, minicursos e oficinas para professores, alunos e demais comunidade escolar ou ainda grupos de educação não-formal sobre temas específicos de cada curso de licenciatura.
3- Projetos de pesquisa: pressupõe propostas de pesquisa educacional acerca de “inquietações” próprias do processo de ensino-aprendizagem e suas especificidades.
4- Monitorias: pressupõem acompanhamento ao trabalho de educadores em grupos de educação infantil, educação especial, educação de jovens e adultos, grupos da terceira idade, etc. com roteiro e relatórios de atividades;
5- Seminários temáticos e outras possibilidades da realidade situacional da universidade e unidades escolares.
Há que constar, conforme Cury (s/d) nestas modalidades deve estar contemplada a oportunidade de articulação entre o momento do saber e o momento do fazer.
“O momento do saber não está separado do momento do fazer, e vice-versa, mas cada qual guarda sua própria dimensão epistemológica. O aprender a ser professor, dessa forma, é reconhecido como um saber profissional intencionado a uma ação docente nos sistemas de ensino”.
Revista Espaço Acadêmico Nº 73 - Junho/2007 - Mensal
Postado por:
Fernando Inácio
Didática e Metodologia